João Paulo repercute estudo do Unicef sobre vulnerabilidade social no Brasil

 
 
Alepe

O deputado João Paulo (PCdoB) comentou, na Reunião Plenária desta quarta (6), um estudo sobre educação divulgado na semana passada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Instituto Claro, com base nos dados do Censo Escolar 2018. Segundo a pesquisa, 3,5 milhões de alunos de escolas públicas municipais e estaduais no Brasil foram reprovados ou abandonaram os estudos – número que representa cerca de 7% das matrículas. “Esses dados revelam uma triste realidade: a de que a vulnerabilidade social continua a ser o grande desafio do País”, frisou.

O parlamentar destacou que a pesquisa aponta que, entre os reprovados (2,6 milhões), mais de 1,2 milhão eram pretos e pardos, e um em cada cinco estudantes tinham dois ou mais anos de atraso escolar – a chamada distorção idade-série. Para ele, durante as gestões dos presidentes Lula e de Dilma Rousseff, várias ações foram iniciadas com o intuito de combater a desigualdade social. “Mas, a partir do governo Bolsonaro, a desvantagem que se abate sobre a população negra e pobre tende a piorar”, lamentou.

João Paulo também aproveitou o pronunciamento para repercutir uma entrevista do escritor Laurentino Gomes ao Jornal do Commercio. O jornalista esteve no Recife para lançar o livro Escravidão. Segundo o deputado, o autor destaca que o tema é o mais importante da história do País. “O Brasil foi o maior território escravagista do Hemisfério Ocidental. O período terminou marcando a vida brasileira e teve impacto profundo na cultura e no sistema político que deu origem à nação depois da Independência”, assinalou, ao reproduzir a fala do jornalista.

O parlamentar do PCdoB concorda com Gomes que a escravidão é uma narrativa trágica de extermínio sem precedentes na história da humanidade. O racismo seria, mais do que uma consequência histórica, uma forma de hierarquização de poder. “Essa ideologia permanece ainda hoje, oculta nas formas preconceituosas de relacionamento entre brancos e negros. Basta de racismo”, enfatizou.