Eunice Ribeiro Durham morre aos 90

 
 
FAPESP. Foto: Léo Ramos Chaves

Eunice Ribeiro Durham, antropóloga, cientista política e Professora Emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), faleceu na terça-feira (19/07) aos 90 anos. Ela era pesquisadora e membro do Conselho do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas (NUPPs) desde 2005.

“Quem, como eu, teve a oportunidade de interagir com professora Eunice nas atividades universitárias, sabe que perdemos uma das mais expressivas vozes e inteligência do pensamento do ensino superior no Brasil”, afirmou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, ex-reitor da USP.

Eunice Durham foi professora titular da FFLCH, presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e conselheira e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Trabalhou para a institucionalização de extensão universitária na Comissão Especial da Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais (Cecae) da Reitoria da USP nos anos de 1988 e 1989, período em que também atuou como assessora especial da Reitoria para Políticas Universitárias, entre 1987 e 1989. Foi cofundadora e coordenou o Núcleo de Pesquisa de Ensino Superior (Nupes) da USP, de 1989 a 2005.

“A professora Eunice foi uma voz poderosa em defesa da ciência e da pesquisa. Além de sua contribuição intelectual à antropologia brasileira, o NUPPs lembra em especial seu legado para a área que explora as mudanças por que passa o ensino superior à medida que responde às novas demandas da sociedade do conhecimento”, registrou o núcleo em nota de pesar. “Sua produção intelectual nessa área é ainda mais atual quando consideramos os enormes desafios por que passa a educação no Brasil nos dias de hoje.”

Foi membro do Conselho Nacional de Educação, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) de 1990 a 1992 e secretária de Ensino Superior no Ministério da Educação entre 1995 e 1997. “Existe aquele slogan ‘saber é poder’, mas aprendi que o poder também é saber. No ministério, tive uma visão global do sistema e das diferenças dinâmicas em que ele funciona que eu jamais tive da perspectiva das ciências sociais”, afirmou Durham em entrevista  à revista Pesquisa FAPESP em abril de 2016.