Comissão da Mulher conhece programa de formação de empreendedores

 
 
Assembleia Legislativa de Pernambuco

Com a presença de representantes da Fecomércio-PE, que apresentaram o programa de Formação Empreendedora (Forme), a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alepe discutiu, nesta terça (24), a importância da independência financeira feminina, especialmente quando a mulher é vítima de violência doméstica. A reunião também contou com a participação das vereadoras Aline Mariano (PP), Michele Collins (PP) e Goretti Queiroz (PSC), que integram a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal do Recife.

Diretora-executiva do Instituto Fecomércio-PE, Brena Castelo Branco explicou que o programa Forme, entre outros temas, trabalha o autoconhecimento e a autoestima ao preencher lacunas entre a formação acadêmica e o mercado de trabalho. Ela traçou um perfil do empreendedorismo no País, ressaltando que, segundo pesquisa do Sebrae, 51,9 milhões de pessoas entre 18 e 64 anos têm ou estão envolvidas na criação de um negócio. As mulheres respondem por pouco menos da metade (48,7%) dos empreendedores em estágio inicial.

O programa é feito na própria comunidade, geralmente à noite e, embora atenda aos dois gêneros, de acordo com Brena, traz impactos especialmente para a parcela feminina: “A gente não espera formar apenas empresários, mas pessoas com um novo comportamento, conhecimento, habilidade e principalmente atitude para um mercado tão difícil para as mulheres. Exige-se delas que sejam mães, como se não estivessem no mercado, e que estejam no mercado como se não fossem mães.”

Ex-aluna de uma das turmas do projeto, promovido em Camaragibe (Região Metropolitana do Recife), Rosilene Moraes da Silva apresentou o próprio relato da experiência no Forme. “Passei por um processo de violência emocional e, graças a Deus, me libertei. Hoje me encontro numa situação bem diferente. O Forme traz a possibilidade de crescer, se reconhecer e saber todos os recursos que temos para explorar o mundo afora”, disse ela, que atualmente trabalha no segmento de costura criativa.

Presidente da Comissão da Mulher da Alepe, a deputada Delegada Gleide Ângelo (PSB) destacou a importância dos programas de geração de renda para as mulheres vítimas de violência doméstica. “Mulher não apanha porque gosta, ninguém gosta, mas por dependência emocional ou financeira. E quando ela alcança a independência financeira, torna-se mais fácil curar a emocional”, pontuou.

Aline Mariano contou que o colegiado da Câmara Municipal passou a funcionar nesta legislatura e defendeu uma maior articulação com o grupo parlamentar da Alepe. “Precisamos desconstruir a cultura patriarcal e empoderar cada vez mais as mulheres. Quanto mais nos integrarmos, mais ocuparemos espaços de poder e fortaleceremos a luta pelas políticas de gênero”, frisou.

O posicionamento recebeu o apoio das demais vereadoras e deputadas presentes à reunião, inclusive da integrante do mandato coletivo Juntas (PSOL) Carol Vergolino. A deputada Simone Santana (PSB) sugeriu a criação, na Câmara, de projetos semelhantes aos da Ação Formativa Mulheres na Tribuna – Adalgisa Cavalcanti e da Comissão Itinerante, instituídos na Alepe quando ela presidiu o colegiado. Essa última iniciativa visa promover debates em diferentes municípios pernambucanos e  será retomada nesta quarta (25), em Santa Cruz do Capibaribe (Agreste Setentrional).

Ao final da reunião, as deputadas Dulcicleide Amorim (PT), Alessandra Vieira (PSDB) e Roberta Arraes  (PP) propuseram que o programa Forme seja realizado, respectivamente, em Petrolina (Sertão do São Francisco), no Polo de confecções do Agreste e na Região do Araripe.